As forças de segurança das Filipinas intensificaram os protocolos de proteção neste sábado (23), após uma declaração controversa da vice-presidente Sara Duterte. Em um discurso contundente, Duterte afirmou que teria ordenado a morte do presidente Ferdinand Marcos Jr. caso ela fosse assassinada. A vice-presidente alegou ainda ter instruído um suposto assassino a eliminar Marcos, sua esposa, Louise Araneta, e o presidente da Câmara, Martin Romualdez. No entanto, não especificou se há ameaças reais contra sua vida.
A declaração explosiva acirrou ainda mais os ânimos na já tensa relação entre Duterte e Marcos, que se deteriorou desde o rompimento político em junho deste ano, quando a vice-presidente deixou o gabinete do presidente. Desde então, a vice-presidência enfrentou cortes orçamentários promovidos pela Câmara, sob a liderança de Romualdez, primo de Marcos. A disputa reflete uma divisão crescente entre dois dos clãs políticos mais influentes do país.
O Comando de Segurança Presidencial (PSG) anunciou que reforçou as medidas de segurança em torno do presidente e de outras figuras-chave do governo. Ao mesmo tempo, a polícia filipina iniciou investigações sobre as declarações de Sara Duterte, avaliando possíveis implicações legais e de segurança.
"A segurança do presidente e de outros líderes governamentais é prioridade máxima, especialmente em um contexto de tensões políticas tão elevadas", afirmou um porta-voz do PSG. Apesar do aumento nas medidas de proteção, o governo ainda não comentou oficialmente sobre as alegações feitas por Duterte.
A rixa entre Sara Duterte e Ferdinand Marcos Jr. tem sido amplamente acompanhada pela população filipina, que vê no embate uma disputa entre dinastias políticas que tradicionalmente dominam o cenário nacional. A vice-presidente, filha do ex-presidente Rodrigo Duterte, mantém forte influência política e tem sido uma voz crítica em relação à gestão de Marcos.
Analistas políticos acreditam que o conflito pode ter repercussões significativas para a estabilidade do governo e a governabilidade nas Filipinas. A escalada de tensões também lança dúvidas sobre as alianças estratégicas que sustentam a coalizão de governo.
Enquanto isso, a população filipina acompanha com preocupação os desdobramentos, temendo que a disputa política possa desviar o foco de questões urgentes, como o combate à pobreza e a recuperação econômica pós-pandemia.
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